quinta-feira, dezembro 05, 2013

Vaginismo- O que é e como afeta a vida das mulheres

O vaginismo é uma condição em que os músculos vaginais de uma mulher se contraem involuntariamente, sempre que qualquer abordagem é feita em sua vagina.
Este espasmo é muitas vezes tão doloroso que a relação sexual é impossível, e essa condição  às vezes dura por anos. É uma dificuldade sexual mais comum do que se imagina e pode afetar as relações afetivas de suas portadoras.


Esse espasmo involuntário, não acontece apenas nas tentativas de uma relação sexual, pode ocorrer sempre que um enfermeiro ou médico tenta fazer um exame vaginal, ou mesmo examinar a parte inferior de seu corpo. E, geralmente impede a própria mulher de tocar ou  explorar sexualidade.

Mulheres com vaginismo, não conseguem utilizar um simples absorvente interno. Dá para imaginar como fica o emocional dessas mulheres?

Dificuldades causadas pelo vaginismo

Há três consequências de vaginismo.
Em primeiro lugar, é muito difícil que essa mulher consiga ter um relacionamento sexual bem-sucedido, porque sempre que o parceiro tenta se tornar íntimo ou estimulá-la, seu corpo se contrai de tal forma que muitas vezes a dor é inevitável.

Se o parceiro  tentar  a penetração, vai achar que a vagina da mulher fechou, como uma boca dizendo: 'Não'. A tensão é causada por contrações involuntárias dos músculos do assoalho pélvico ao redor da vagina.

Em outros casos, a penetração pode ser difícil e dolorosa. Qualquer tentativa de colocar um dedo ou um pênis dentro da vagina vai causar dor, ardor ou picadas, pois os músculos estão em um espasmo apertado. Além disso, provavelmente não  haverá nenhuma lubrificação, de modo que, ao tentar uma penetração "forçada", o ambiente vaginal se apresentará  seco, e isso pode causar ainda mais dor e desconforto para ambos.

Pode ser difícil até mesmo ter acesso a área do clitóris. Exames ginecológicos como o papanicolau por exemplo, para a grande maioria das mulheres com essa realidade, são impossíveis.
As mulheres que sofrem de vaginismo, normalmente são virgens, o que diminuí as chances de doenças do útero. Porém, em determinado momento, o exame se faz necessário, e como o acesso natural ao útero é vetado, é necessário que essas mulheres sejam anestesiadas para que possam fazer um simples papanicolau.

Por que o vaginismo ocorre?

O vaginismo é uma condição que traz imensa angústia, e que muitas vezes pode afetar seus relacionamentos. É de longe a causa mais comum de casamentos não consumados. 
O mais cruel desse problema é que esta é uma condição psicológica, e parte da desordem da mente.

Não  podemos afirmar que esse transtorno  é culpa da mulher. Não existe uma intenção consciente de contrair os músculos da vagina. Mas ainda assim, é produzido por seu próprio corpo.

Existem dois tipos de vaginismo.

Vaginismo primário é quando a condição sempre esteve presente, e a mulher nunca foi capaz de ter uma relação sexual ou mesmo receber qualquer estímulo em sua área genital.

Vaginismo secundário pode afetar as mulheres em qualquer fase da vida. Isso é menos comum.

Vaginismo primário

A maioria das mulheres com vaginismo pode ter tido uma educação restritiva, de onde tiraram várias impressões equivocadas, geralmente de seus pais , sobre sexo e sobre sua vagina.
Estas crenças infelizes e equivocadas podem incluir o seguinte:
  • sexo é muito doloroso
  • sexo é sujo
  • tudo o que é colocado dentro da vagina irá causar sofrimento .
  • A mulher direita não deve fazer sexo


Embora os tempos sejam outros, e na maioria dos lares, as crianças recebam uma educação mais permissiva,  não é raro encontrar meninas que sofram com a ideia de sexo é errado. 
Infelizmente, tais noções ainda podem ser "reforçadas" por médicos mal informados, que se deparam com um paciente com o vaginismo e prontamente lhe dizem que sua vagina é muito pequena e estreita.
Alternativamente, o médico pode erroneamente dizer que ela tem "um hímen grosso 'e este é o motivo de toda a dor e dificuldade na penetração.

Realmente existem casos  em que uma  mulher  têm um hímen difícil ou algum outro obstáculo à penetração, como um "septo" ( parede) que separam as duas metades da vagina, mas são casos mais raros e específicos.
O resultado usual de vaginismo é que a mulher passa a vida tentando formar relacionamentos e talvez até mesmo se casar . Muitas dessas esposas se manterão virgens ou terão algumas escassas relações, tentando o controle da dor. 

Vaginismo secundário

Isso é menos comum, e ocorre em mulheres que tiveram alguma lesão vaginal angustiante, ou que foram estupradas ou abusadas sexualmente. Abuso na infância também pode causar isso.
Este tipo de experiência leva a mulher a desenvolver vaginismo como uma reação protetora.

Ocasionalmente, o vaginismo ocorre após a mulher passar por alguma condição ginecológica dolorosa, como endometriose, vaginite ou pós-menopausa . Pode ser algo desencadeado por condições médicas, eventos traumáticos, problemas de relacionamento, cirurgia, ou por nenhuma razão aparente.

Dessa forma , mulheres que antes conseguiam manter relações normais, passam a sofrer com o vaginismo secundário.

Como tratar o vaginismo

Felizmente, o vaginismo pode ser tratado e curado.

Psicoterapia de orientação analítica

Muitas mulheres conseguem se curar do vaginismo , através de terapia. Existem relatos de mulheres que recorram a regressão, e ao encontrar a causa de seu problema, conseguiram trabalhar a questão e se livraram do problema.

Técnica de dessensibilização

No entanto para casos mais severos, os médicos costumam indicar os dilatadores vaginais para o tratamento de vaginismo.
São pequenas hastes, com poucos centímetros de comprimento, que variam em espessura . No começo devem ter a espessura de um lápis e posteriormente vão evoluindo até atingir a espessura de um pênis fino. Esse processo pode levar meses.
Este procedimento muitas vezes funciona muito bem, e o fundamento não é dilatar a vagina e sim fazer com a mulher se acostume e se sinta segura com a penetração.

Terapia Masters e Johnson

A partir do final dos anos 1960 em diante, os pesquisadores norte-americanos do sexo Masters e Johnson tornou-se sucesso em abrir o caminho a famosa terapia "foco sensorial '.
O casal se hospeda em um spa de relaxamento, e a princípio não é imposto nenhum momento íntimo sexual. Após alguns dias, o casal passa a se tocar e estimular o prazer um do outro de forma mais simples e superficial , as famosas preliminares.
Eventualmente, eles chegam a um ponto onde o homem é capaz de penetrar suavemente a mulher com um pequeno dilatador e depois com os maiores, enquanto ela se concentrava em relaxar.
Finalmente, muda-se para uma situação em que a esposa, na posição de 'condutora da situação", aprende a inserir seu parceiro mais e mais para dentro de si.
Este procedimento deu bons resultados (29 casos em cada 29 casais cooperativas foram curados), mas eles precisaram de motivação. Levou-se pelo menos duas semanas de terapia num spa.
Boa parte dessas mulheres, conseguiram até mesmo atingir o orgasmo ao fim da terapia.

Existem algumas outras formas de terapia em que a taxa de sucesso varia de 75 a 100%. Por isso é seguro afirmar que para a grande maioria dos casos, o vaginismo, com uma boa dose de paciência , pode sim ser curado. Procure um especialista e siga suas orientações.

Sou vagínica, posso engravidar ? 

Objetivamente falando, pode ! Se a ejaculação acontecer bem próxima da entrada da vagina, é possível que os espermatozoides sigam seu caminho natural e uma gravidez aconteça. Porém é um assunto um tanto delicado e não muito elaborado na cabeça de muitas vagínicas, afinal, a gravidez é uma consequência do sexo, e se o sexo não acontece, é natural que uma gravidez ocorra? 
Essa é uma questão muito pessoal e só diz respeito ao casal.


O fato é que a grande maioria das mulheres sonham em ser mães. Se já não é fácil para aqueles que mantém relações periódicas, o que dirá para essas mulheres que não conseguem iniciar o básico para engravidar, que é justamente manter relações sexuais. 

O vaginismo é uma condição muito difícil porque como muitos dizem , tudo está na cabeça, e sabemos que justamente nosso cérebro é o órgão mais complexo do corpo humano. Mas desistir não é opção, e a busca pela cura deve ser uma opção consciente e desejada.

Encontrei durante essa pesquisa, um blog muito legal que aborda os temas sobre vaginismo de uma forma muito séria e ao mesmo tempo trás respostas tão simples e objetivas que te fazem ter vontade de seguir em busca das soluções. Vaginismo tem fim! 

Pé no chão e esperança no coração !

Um comentário:

  1. Olá, Sou fisioterapeuta especialista em problemas sexuais. Já ajudei dezenas de mulheres com vaginismo a conquistar a cura. Quem precisar da minha ajuda, estou em são paulo no bairro da mooca.
    Meu site é www.liviaalonso.com.br
    Um abraço

    Dra. Lívia Alonso

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