·         Mediante a reprogramação celular direta, investigadores da Fundação IVI conseguiram transformar células da pele em precursoras de células germinais

·         Com a comprovação de resultados em animais, pesquisa com células humanas é projeto mais próximo da criação de gametas in vitro para a espécie humana


Depois de cinco anos de pesquisa da Fundação IVI, foi publicado na revista científica Scientific Reports do conceituado grupo Nature, o estudo que conseguiu identificar marcadores compatíveis com as células germinais (óvulos e espermatozoides). A pesquisa representa o primeiro passo para um objetivo superior: conseguir que uma pessoa que não pode produzir seus próprios gametas, possa obtê-los a partir células de sua própria pele.

Para conseguir espermatozoides e óvulos a partir das células da pele, os cientistas espanhóis utilizaram a reprogramação celular direta. O processo realizado através da estimulação com um coquetel de genes específicos, consegue que células adultas se transformem, seus cromossomos sejam reduzidos à metade depois de entrar em meiose, para então se transformarem em marcadores genéticos e epigenéticos próprios das células germinais.

Apesar do estudo estar no primeiro passo em humanos, sua aplicação em camundongos já revelou resultados positivos. “O que queremos conseguir manipular as células da pele geneticamente para conseguir que uma pessoa que não tem espermatozoides ou óvulos próprios, possa obtê-los para ter filhos geneticamente próprios”, explica Dra. Genevieve Coelho, diretora da clínica de reprodução humana IVI Salvador, que é parte do grupo responsável pelo estudo.


A pesquisa desenvolvida pela Fundação IVI em colaboração com a Universidade de Standford, é o primeiro passo de um ambicioso projeto de longo prazo inspirado no princípio de reprogramação celular, conceito que deu o prêmio Nobel de Medicina em 2012 para Shinya Yamanaka.