O medo do incerto, daquilo que talvez nem exista, muitas vezes nos impede de caminhar adiante. A história de hoje trouxe principalmente para mim esse ensinamento. Até que o ponto o medo nos limita e nos impede de alcançar nosso desejo? 
Por medo de talvez encarar um diagnóstico difícil de aceitar, Keliane prolonga seu sofrimento com algo que talvez seja simples de resolver. Somos de fato nosso maior algoz?
 




"Eu poderia dizer que minha história começou há 6 anos atrás, mas estaria mentindo se assim o falasse, mas refletindo cheguei a conclusão que data da minha infância... Então você me perguntaria como assim? e agora eu responderei nestas linhas  que se seguem. 

Eu era apenas uma criança sonhadora, ficava horas a fio brincando e sempre que meu pai chegava do serviço eu corria para abraça-lo, num breve momento de felicidade e então o pedido seguia: _ Papai o senhor me da aquela boneca que dá pra tirar os braços e as pernas dela. 
Ao que ele sorrindo me respondia: Papai dá o que minha filha quiser, mas pra que uma boneca que tira os braços e as pernas? 
Eu sorrindo já convicta que meu pedido seria atendido logo relatava: Ah! papai é pra ficar melhor na hora de por as fraldas. 
E um longo sorriso se estendia pela sala. 

Anos se passaram, a menininha cresceu e com ela seus sonhos de menina; muitos se esvaíram, outros permaneciam de forma madura e latente em seu coração. 
Bom eu sempre dizia que teria meu 1º filho aos 23 anos de idade, mas somente com esta idade foi que tive a felicidade de dividir meus dias com o homem o qual amo muito. Meu nome é Keliane, hoje tenho 29 anos e mês que vem completo os 30. 
Nesses 6 anos que se seguiram, foram dias vividos entre a esperança e o desespero; entre a espera e a desistência; o medo e relutância, não houve nem um dia sequer em que as lágrimas não houvessem lavado meu travesseiro. 

Já tentei o folicullinum e ovarium, mas nada além disso que eu possa dizer de medicação. 
O medo da palavra estéril me persegue até hoje e por conta disso não tive coragem de fazer exames específicos por puro medo de um diagnóstico que pudesse frustar meu sonho de ser mãe. 
A neurose da gravidez já fez parte do meu dia a dia, todo mês espero, sinto algo diferente, sinto enjoo e tudo e de repente uma simples ida ao banheiro me faz sentir a pior pessoa do mundo e lá vem multidões de lágrimas de novo. 

Um sentimento tão inexplicável e complexo de incapacidade. 
Então em minha mente começo a imaginar besteiras, muitas vezes sem nexo nenhum, e as imagens vão se passando em minha mente como um filme e me lembro brincando com minhas bonecas naquele que seria um ensaio para vida seguinte quando chegasse a hora de acalentar em meus braços aquele serzinho, pequenino  e frágil. 
Então nessas hora imagino o por quê? 
E como se não bastasse parece que o mundo inteiro resolveu engravidar, chuva de chás de bebês e eu nada, tendo que ouvir perguntas nada agradáveis, quando a ultima coisa que eu queria era ser convidada e ouvir as mesmas perguntas de quem já sabe o meu problema e só pra chatear finge que não. Dá vontade de jogar tudo pro ar e voltar a minha doce infância brincando de boneca. 
Não tenho mais condições de escrever."

Envie sua história para o Vida de Tentante para o email maeaflordapele@hotmail.com e participe do sorteio de um kit com testes de ovulação e teste de gravidez. 
Aguardo sua história 

Pé no chão e esperança no coração !
Tatiana da Costa 

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