A vida é mesmo uma coisa muito louca, enquanto estamos no topo, mal nos lembramos de agradecer, só mesmo quando a vida nos joga ladeira abaixo, é que nos apegamos com todas as forças as nossas "crenças" e orações. Pois é, comigo não foi diferente, e se tiver alguém , aí do outro lado, que nunca tenha pedido mais que agradecido, que me atire uma pedra certeira no meio dos olhos. 


Sou uma garota de classe médica que nunca passou fome na vida, nunca contou moedas para o lanche do colégio e nunca precisou trabalhar para ajudar os pais doentes. Sempre tive na medida do possível, tudo o que precisei para crescer de forma saudável e sem grande preocupações.
Meus pais se preocuparam sim em me passar valores corretos, mas para isso não precisaram me fazer passar por aprendizados baseados em privações. Fizeram o possível para me educar com amor e limites. 

Acho que aprendi grande parte de tudo, pelo menos o mais importante, e achava que tinha as armas necessárias para nunca ser a causa de uma grande decepção para eles. Me enganei, e me enganei feio. Confiei demais em alguém que não estava pronta para entender o significado da palavra confiança e ultrapassei os limites aceitáveis para manter essa confiança intacta. Essa pessoa, pequena e sem visão , era Eu.

Aos 16 anos já não era mais virgem. Não que isso fosse algo totalmente reprovável para os meus pais, mas com certeza não era o que eles esperavam de mim . 

Mamãe sempre me disse que a minha maior responsabilidade além dos estudos, era com minha saúde. Ela não poderia estar ao meu lado 24 horas e também não poderia me livrar de todos os males do mundo, por isso, confiava em mim e em meu bom senso, para que não fizesse nenhuma bobagem no que dissesse respeito a minha saúde e meu corpo. Mas eu sempre pensei que, essas coisas "ruins", ou fora do planejado para me expressar de forma correta, nunca aconteciam com gente como eu. Eu não era nenhuma ignorante, alienada as importâncias do mundo. Eu era eu. Eu era a filha do meio de uma família bem estruturada, daquelas que só aparecem nos comerciais de margarina sabe ? Eu era uma das pessoas escolhidas apenas para assistir as coisas ruins, jamais senti-las na carne. Bom, era assim que eu pensava aos 16 anos. Me sentia intocável, abençoada, e por que não, de uma raça suprema,  a dos escolhidos para brilhar. Não critica vai , eu tinha só 16 anos. E que adolescente não sente que tem o mundo nas mãos ? Eu sentia, e até tinha mesmo , até deixa-lo escapar por entre meus dedos imaturos. 


Você aí do outro lado deve estar pensando. Lá vem uma daquelas histórias de uma viciadinha, burguesa mimada que não sabe nada do mundo. Para deixar claro, nunca usei drogas em minha vida. Minha mãe era voluntária na Clínica de Reabilitação para dependentes da paróquia em que frequentávamos. Sim , cresci dentro de uma doutrina religiosa. 
Desde muito cedo, tive a oportunidade de ver de perto o que a droga era capaz de fazer com as pessoas. Eu definitivamente não queria aquilo para mim , e sempre fiz questão de me manter afastada desse tipo de cilada. Nunca experimentou , nem por curiosidade? Digo com toda sinceridade, não , nunca tive a curiosidade de saber como é começar a destruir os neurônios e sua vida. 

Nunca usei drogas, mas isso não significa que não tenha dado maus passos em minha vida. Não só dei, como atropelei tudo e a todos para faze-lo.
Até os meus 16 anos, era a garotinha perfeita do papai. Jamais passou pela cabeça dele, que sua filha fosse a namoradeira do colégio. É, eu era. Hoje não me orgulho disso, não pela fama ou por qualquer outra coisa fútil que esse título possa trazer, mas sim porque essa atitude foi o início de tudo o que eu me tornaria a seguir. Não cheguei a ser a mais promiscua da minha turma, mas posso dizer que beijar na boca era meu lema.

No meio do ano conheci alguém que mudaria tudo isso, e de fato mudou. Me apaixonei perdidamente, e estava certa que viveria a mais linda história de amor que já se ouviu falar. 

Ele era tudo o que uma mãe sonha para sua filha. Lindo , educado, estudioso , trabalhador, com um futuro promissor. Sabe o cara perfeito ? O bom moço das novelas ? Era ele. Príncipes existem e o meu tinha chegado.

Tudo ia bem. Meus pais já o conheciam e o tinham em grande estima. Ele já tinha até passado algumas noites em casa com a permissão de meu pai. Claro que meu pai achava que ele passava a noite toda no quarto do meu irmão , que por sua vez estava mais interessado nas baladas noturnas com o pessoal da Facul. Eu havia então, aposentado a menina namoradeira. Eu era dele, e ele era meu.

Vivia a melhor fase da minha vida,  quando após 4 meses de namoro, me descobri grávida.

Meninas, essa foi a primeira parte da história de nossa amiga, C.M, que prefere não revelar seu verdadeiro nome.
É uma história muito rica em detalhes, muito interessante, emocionante e longa. Por isso vamos dividir o seu relato em algumas partes para que a leitura não seja tão longa e cansativa. 
Hoje publico a primeira a parte e durante a semana daremos sequência publicando o restante da história.
Acompanhem pois é uma história que realmente vale a pena . Nos fará refletir sobre muitas coisas e principalmente sobre o tempo de Deus em nossa vida. 
Amanhã tem mais .
Para ler a Parte II Clique Aqui 

Pé no chão e esperança no coração 
Tatiana da Costa 


1 Comentários

  1. linda !! Em só pensar que por ai tem tantas mulheres que tem o dom de ser mãe e estão jogando bebes pelas ruas

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