Fertilidade - A mulher moderna e o adiamento da maternidade

No último dia 14 estive num encontro com a Dra Silvana Chedid, especialista em reprodução humana e diretora da IVI São Paulo. O assunto principal foi a fertilidade da mulher moderna. Como a mulher de hoje se comporta frente a expectativa da maternidade planejada. 
Os assuntos abordados dentro do tema foram diversos e as dúvidas e colocações das convidadas Aline Beckstein da EBS, Mônica Romeiro e Silvia da Costa do site Almanaque dos Pais, Letícia Naisa da Vice e da responsável pelo marketing e comunicação da IVI Sirlene Cervera, só enriqueceram o bate papo.

Dra Silvana esclareceu que embora a mulher de 30, 40 anos se sinta plena, física e intelectualmente, seu sistema reprodutor ainda não é capaz de acompanhar o ritmo acelerado do mundo moderno.

Enquanto a mulher de anos atrás era preparada para casar e ter filhos, as mulheres de hoje almejam outras conquistas antes de formarem uma família. Com isso a maternidade é adiada, muitas vezes sem preocupação com a fertilidade ou mesmo com o risco da menopausa precoce.

É preciso conscientizar essas mulheres que alguns cuidados devem ser tomados mesmo que a maternidade fique para depois. Se informar hoje para não encontrar obstáculos maiores amanhã.

O risco de abortamento e alterações cromossômicas crescem de acordo com a idade da mulher. A American Society for Reproductive Medicine informa que enquanto uma mulher com menos de 30 anos tem 25% de chance de engravidar, 14%  de abortar e 1/380 do feto apresentar alterações cromossômicas, a mulher aos 45 apresenta menos de 8% de chance de engravidar naturalmente, o risco de aborto salta para 60% e as alterações cromossômicas se apresentam de 1/21.

Outros fatores podem ainda interferir na fertilidade da mulher, entre eles os mais comuns são a Clamídia, Endometriose, Síndrome dos Ovários Policísticos, Tratamento contra o câncer e o IMC (índice de massa corpórea). 

Muitas mulheres hoje, já pensando na gravidez futura e tentando driblar problemas que por ventura possam ocorrer,  estão optando pelo congelamento de  óvulos.

A nitrificação é o congelamento dos óvulos através do uso de nitrogênio líquido que é capaz de preservar  os gametas a uma temperatura de 196º negativos. 

Dr Silvana nos explicou que os resultados dos tratamentos são os mesmos para óvulos congelados ou recém capturados, e que os bebês são tão saudáveis quanto os concebidos de forma natural. Porém isso só é possível obviamente antes da menopausa, já que mulheres em menopausa não possuem mais óvulos, ou seja, esgotaram sua reserva ovariana.

O teste mais moderno para investigar a reserva ovariana é o Antimulleriano, mas exames do hormônio FSH e ultrassons para averiguar a quantidade de folículos antrais, também se mostram úteis.

Para as mulheres que já chegaram aos 40, 45 anos e cogitam engravidar através de técnicas de reprodução assistida mas temem as alterações cromossômicas, a informação valiosa  é que é possível analisar o embrião que foi fertilizado em laboratório. Dessa forma é possível implantar apenas embriões livres de riscos de doenças graves.

Se a gravidez ocorrer naturalmente, ainda é possível identificar a existência de algumas síndromes como a Síndrome de Down, Síndrome de Edwards, Síndrome de Pataus e se o embrião possui alguma alteração numérica dos cromossomos sexuais, através do Exame Nace Plus. 
Nace Plus é a alternativa não invasiva que é realizada através de testes no sangue materno. O Nace Plus, substitui com eficiência a amniocentese a biopsia corial, que até então eram os únicos exames capazes de detectar as alterações cromossômicas fetais com exatidão.

Como podem perceber a conversa rendeu informações importantes e valiosas que fiz questão de dividir com vocês.